quinta-feira, 2 de junho de 2011

Artigo 7 - Gincana


A utilização do laser em Ortodontia.

Leniana Santos Neves, Cíntia Maria de Souza e Silva, José Fernando Castanha Henriques,
Rodrigo Hermont Cançado, Rafael Pinelli Henriques, Guilherme Janson. A utilização do laser em Ortodontia.


“A utilização terapêutica da energia luminosa vem desde os primórdios da civilização, e em 1903, o prêmio Nobel de medicina foi destinado ao Dr.Nielo Ryberg Finsen pelo tratamento realizado com a luz solar em um paciente que apresentava um tipo de tuberculose de pele. Albert Einstein, em 1916, formulou os princípios da amplificação da luz por emissão estimulada de radiação, quando percebeu em seu experimento que a emissão induzida poderia existir e a radiação eletromagnética seria produzida por um processo atômico. No ano de 1960, Theodoro H. Maiman desenvolveu o primeiro aparelho emissor de laser, a cristal de rubi, que passou a ser comercializado. No ano seguinte foi realizada a primeira intervenção cirúrgica com o laser, no Hospital Presbiteriano de Nova York, para a retirada de um pequeno tumor de retina que impedia a visão. Em 1965, Sinclair e Knoll desenvolveram o laser terapêutico, não mais com efeito de corte, mas de bioestimulação dos tecidos.” (p.149)

“Os aparelhos de laser são constituídos por um meio ativo, que pode ser sólido (Rubi), gasoso (mais comuns, como exemplo o CO2, He-Ne, Ar), semicondutor (Diodo - AsGaAl, AsGa), semisólido (Nd-YAG, Er-YAG, YAP), Excímero (KrF, XeCl) ou líquido (pouco usado, como exemplo, rodamine e cumarina - Dy laser). Os lasers são classifi cados de acordo com a potência de emissão da radiação podendo ser: laser de alta, média e baixa intensidade.” (p.150)

“A dosimetria consiste na relação entre a energia transmitida por um emissor laser e a superfície de irradiação do raio de luz, podendo ser expressa em joules por centímetro quadrado (J/cm2). Esta expressão é utilizada quando se fala em dose de tratamento. O tempo de exposição da maioria dos aparelhos atuais possui um cálculo direto, onde o profissional programa no equipamento a DE (densidade energética) e o aparelho mostra o tempo de exposição em função da potência de emissão e da área irradiada2,3,7,14. Existem alguns parâmetros de valores de densidade energética em função do efeito desejado como:

• efeito antiálgico – de 2 a 4 J/cm²

• efeito anti-inflamatório de 1 a 3 J/cm²

• efeito regenerativo de 3 a 6 J/cm²

• efeito circulatório de 1 a 3 J/cm²  ”
(p.151)

“A partir dos anos 80 foram estabelecidas algumas normas de segurança para a utilização dos aparelhos a laser. De acordo com as normas éticas, o profissional não deve garantir resultados favoráveis aos pacientes; deve-se ter cuidado com os efeitos secundários, principalmente nos olhos e pele. O raio laser pode provocar alterações sistêmicas indesejáveis, principalmente quando aplicado em glândulas, como por exemplo, a tireóide.” (p.151)

“Deve-se questionar ao paciente se ele faz uso de substâncias químicas fotossensíveis, como o ácido retinóico, tetraciclina, gliseofulvinas, sulfaminas eas furocumarinas, que poderão induzir reações de fotossensibilização na pele, manifestadas por meio de manchas cutâneas nas áreas irradiadas, que tendem a desaparecer após a interrupção do tratamento.” (p.151;152)

“A utilização da luz laser vem se tornando cada vez mais freqüente na clínica odontológica, trazendo benefícios inquestionáveis ao pacientes nas diversas especialidades odontológicas. A Ortodontia também pode se beneficiar dos efeitos da laserterapia, apesar disto ainda não estar bem difundido entre os profissionais desta área. Pode-se utilizar o laser em Ortodontia com as finalidades de: descolagem de braquetes cerâmicos; reparação óssea após a expansão rápida da maxila; odontalgia decorrente da movimentação ortodôntica; polimerização da resina durante a colagem de braquetes; holografia, que permite o armazenamento das imagens dos modelos de gesso; scanner a laser permitindo a utilização de imagens tridimensionais no diagnóstico e planificação do tratamento ortodôntico ou ortodôntico/cirúrgico; diagnóstico de lesão de mancha branca em pacientes ortodônticos; inter-relação Ortodontia e Periodontia e reparo das úlceras traumáticas originadas pelos acessórios ortodônticos. A seguir, será detalhada cada uma destas aplicações da radiação laser em Ortodontia.” (p.152)

“A ação do laser após a realização da expansão rápida da maxila consiste na diminuição da dor ou desconforto do paciente que pode ser decorrente deste procedimento, além de acelerar a reparação óssea.” (p.153)

“No tratamento da odontalgia decorrente da movimentação ortodôntica, o laser possui uma ação analgésica, anti-inflamatória e de reparação dentinária.” (p.153)

“O laser utilizado para a polimerização de resina é o laser de alta intensidade de Argônio que, além da polimerização da resina, aumenta a resistência do esmalte à formação de mancha branca.” (p.153)

“A luz laser vem sendo cada vez mais empregada na Odontologia, mostrando-se eficaz e benéfica quando bem utilizada. Sabe-se que o laser apresenta uma grande diversidade de indicações, podendo ser utilizado com efeitos de corte, de analgesia, de estimulação tecidual, entre vários outros; basta o profissional conhecer bem os tipos de lasers e o modo de ação de cada um deles. Na Ortodontia, a laserterapia também apresenta suas indicações, podendo contribuir sobremaneira com a evolução do tratamento, trazendo benefícios para o profissional e para o paciente.” (p.155)


Fonte: http://www.scielo.br/pdf/dpress/v10n5/a15v10n5.pdf

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