O papel da odontologia na equipe interdisciplinar: contribuindo para a atenção integral ao idoso
Rosemary Sadami Arai Shinkai
Altair Antoninha Del Bel Cury
“Um dos grandes desafios para a atenção ao idoso advém do fato de que quanto mais envelhecem, mais diferentes se tornam as pessoas. O agrupamento de indivíduos com histórias biológica, psíquica e social distintas em uma mesma faixa etária resulta em grande heterogeneidade de características e demandas. O atendimento, portanto, requer um olhar e um interagir com a compreensão da individualidade do idoso, o que inviabiliza e exclui qualquer abordagem de caráter universal.” (p.1100)
“Deve ser discutida ainda a necessidade de eliminação dos preconceitos em relação à atuação da odontologia. Assim como o idoso não deve ser uma boca para o dentista, e boca em idoso não se restringe à dentadura, a odontologia não se limita à boca, e esta não é igual a dentes e gengiva. É preciso que haja afastamento de mitos e estereótipos que cercam o tratamento odontológico na terceira idade, bem como divulgação de informações entre os próprios cirurgiões-dentistas, os demais profissionais de saúde, as autoridades e a população em geral, incluindo principalmente os idosos e seus familiares.” (p.1100)
“A introdução da geriatria e da gerontologia na área odontológica vem sendo feita de forma lenta e não sistematizada no Brasil e na maioria dos países em desenvolvimento que estão passando pela transição demográfica. Mesmo nos países do Primeiro Mundo, a odontologia geriátrica consolidou seu espaço apenas no final dos anos 70 e na década seguinte. São exemplos a fundação da International Association of Gerodontology (IAG), em 1983 (Künzel, 1991); a primeira reunião do grupo de trabalho da Federação Dentária Internacional, sobre a saúde bucal do idoso, em 1988 (FDI, 1993); o desenvolvimento de programas e módulos curriculares em Odontologia Geriátrica para as faculdades de Odontologia dos Estados Unidos, nos anos 80 (Werner et al., 1998).” (p.1101)
“A análise dos problemas odontológicos freqüentemente encontrados nos idosos é derivada de levantamentos epidemiológicos internacionais, desenvolvidos principalmente nos Estados Unidos e nos países escandinavos (Holm- Pedersen & Löe, 1996; Rutkauskas, 1997). Como citado anteriormente, a casuística brasileira sobre a saúde bucal do idoso é pobre. Alguns trabalhos epidemiológicos brasileiros realizados em idosos observaram um nível bastante precário de saúde bucal nas populações estudadas.” (p.1102)
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2000000400028&lang=pt
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